Bons exemplos: brasileira bate recorde ao chegar à estratosfera

Por Silvia Barreto

Dina Barile, tem 65 anos, fala quatro idiomas, conhece 140 países em vários. Essas características não a diferencia de tantas outras pessoas pelo mundo. Agora, ser a primeira e única mulher brasileira a ir para a estratosfera e ter entrado no RankBrasil – entidade que homologa recordes brasileiros, com reconhecimento nacional e internacional – fazem dela uma referência de coragem e determinação ao vencer desafios.

O voo aconteceu em 10 de novembro de 2015, em um caça MIG 29, na Rússia. A iniciativa era, além de um sonho, uma vontade própria em quebrar paradigmas. “Quero estar à frente do meu tempo. No dia seguinte, realizei um voo em gravidade zero”, relembra. Tudo foi organizado pela empresa do astronauta brasileiro Marcos Pontes. Ela chegou a 16.700 metros da Terra, fez manobras de combate e foi submetida a uma força 7G (sete vezes o peso do seu corpo).

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Para isso se preparou durantes seis meses com uma médica especializada em esportes radicais, tomou vitaminas, passou por vários exames e fez academia (o que ela garante que detesta). “Sou a primeira brasileira a fazer essa emocionante viagem. Levei a bandeira nacional comigo”, garante orgulhosa.

No mesmo ano conduziu a Tocha Olímpica em São Paulo, por 200 metros de percurso. Isso aconteceu após ganhar um concurso e por ter atuado como voluntária das Olimpíadas, das Paralimpíadas e da Copa do Mundo no ano anterior. Em 2016 trabalhou de forma voluntária nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Na época da preparação ela declarou: “É um sonho realizado. Sou apaixonada por esportes e levar a tocha me tornará, de certa forma,
além de voluntária, uma atleta desses jogos tão importantes”. A tocha olímpica passou por 250 cidades de todo os estados brasileiros, foram percorridos 20 mil quilômetros e, no total 10 mil pessoas carregaram a tocha.

Outra paixão

Dina trabalhou durante 30 anos no Banespa. Suas férias se alternavam entre um destino no Brasil e no ano seguinte, no Exterior; agora está aposentada e segue planejando novos destinos. Entre os lugares que já conheceu destaque para países como Butão, Índia, Madagascar, Islândia, Namíbia, Etiópia, Tailândia, Antártica e Tunísia.

“Amo viajar e conhecer lugares bonitos e instigantes, mas principalmente conhecer pessoas e culturas. É o que mais me motiva”, conta ela que, também, é jornalista e criou o portal Spot Life (www.spotlife.com.br) para divulgar e ajudar ONG’s e entidades assistenciais que não tenham verba para se promover. Lá também há dicas de variedades, gastronomia, moda, comportamento, beleza, celebridades, entretenimento, esportes, lifestyle e, claro, turismo. Assim que as condições sanitárias permitirem a realização de viagens, Dina já tem seu novo destino.

“Temos um grupo formado por seis pessoas para ir a Uganda, fazer um trekking nas florestas para encontrar uma família de gorilas. Eles estão em extinção, mas ainda é permitido encontrá-los, ‘por acaso’, como se não estivéssemos procurando e ficar observando as atividades dessa família por no máximo uma hora”, projeta. Ela garante que esse período do isolamento tem sido bem difícil, pois gostaria de estar viajando, mas tem utilizado esse tempo para organizar as lembranças de suas viagens.

“Dá saudade até de tomar chá de cadeira em aeroporto. Estou colocando minhas fotos e vídeos em ordem. Antes eu chegava de uma viagem e já começava a estudar e planejar outra (porque dá trabalho viajar, ainda mais, porque gosto de desfrutar de tudo que posso num destino, pois não sei se um dia voltarei), sem tempo de separar e organizar nem mesmo as fotos”, afirma. Segundo o site Viajologia, Dina é classificada como pós-doutorada em Viajologia.

“Já conheci 23 estados em nosso lindo País e quase 140 países, em todos os continentes, acumulando conhecimento através do contato direto com outras culturas”, afirma, acrescentando que até fica surpresa com as suas conquistas. Quer exemplos? Dina celebrou aniversário na Antártida em um ano e no Polo Ártico no outro, onde foi presenteada por belíssimas Auroras Boreais.

“Meus destinos prediletos são os exóticos e locais que ainda não são muito explorados pelo turismo. Gosto de descobrir por conta própria o que de melhor o destino tem a oferecer. Eu adorei a Islândia e lá os pontos turísticos nem tem indicações ou placas. Se há três ou quatro carros parados, é porque lá provavelmente tem algo para se ver. E assim, andando um pouco, você encontra lindas cachoeiras, geleiras imensas e decorativas, gêiseres ou águas termais etc”.

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Origens

Filha de imigrantes italianos que fugiram do caos pós-guerra, viveu uma infância bem humilde. Dependia de boas notas escolares para conseguir bolsas de estudos e seguir seus estudos. Hoje, fala inglês, italiano e espanhol e cursou duas faculdades: bacharelado em Estatística na USP e Ciências Atuariais na PUC. Prestou concurso para bolsa de mestrado na USP e passou em primeiro lugar, porém, como tinha que trabalhar para seu próprio sustento e o da família, desistiu da bolsa que exigia dedicação exclusiva.

“Meus pais eram muito humildes. E, com medo que eu ficasse mimada, nunca me elogiaram e nunca tomaram meu partido. Se alguém brigasse comigo ou me batesse na escola, ao invés de ir lá tomar satisfação, como as mães das minhas amigas faziam, minha mãe dizia: ‘se você apanhou é porque aprontou algo e mereceu’. Eu era sempre a primeira da classe; sempre tirava 10 em tudo, me matando de estudar. Se tirasse um 9,5, já não me conformava. Daí as pessoas me elogiavam para minha mãe, dizendo que eu era inteligente e ela respondia: ‘ela não é inteligente, ela é esforçada’. Até mesmo nos esportes eu me destaquei. Cheguei até a ganhar medalha de arremesso de peso. Não tenho mágoas, porque sei que sempre me amaram e era a forma que achavam que era a melhor para mim. Ainda assim, sei que até hoje muito do que faço é para ouvir que eu sou inteligente e capacitada e esperando que alguém me reconheça”, garante.

Publicação original na Revista Digital Mais Santos no link:

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About Dina Barile

Recebi o título de Doutora em Viajologia, depois de viajar por 140 países e pisar em todos os continentes. Recebi um troféu do Rank Brasil, pois sou a primeira e única mulher brasileira a ter estado na ESTRATOSFERA. Experimentei a Culinária de todos os países por onde passei. Expert nos temas Turismo, Gastronomia e Beleza, convido todos os leitores para um Passeio Turístico e Gastronômico por todos os Continentes.

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