Eduardo Kobra finaliza em Dubai o mural “A Lenda do Cavalo Árabe”

Kobra20032O conhecido muralista brasileiro, acompanhado por Agnaldo Brito (à direita, na foto) artista de sua equipe, fez um novo mural em Dubai, nos Emirados Árabes. Com 17mX5m, o mural A Lenda do Cavalo Árabe foi entregue dia 8 de março.  É a segunda vez que Kobra (à esquerda, na foto) faz um trabalho em Dubai. Em maio do ano passado, realizou na cidade o mural “O Beduíno” e uma obra em 3D (“A Flor do Deserto). Kobra é o primeiro artista urbano a ter permissão para fazer obras permanentes nas ruas de Dubai. Kobra chega hoje no Brasil.

O muralista brasileiro Eduardo Kobra fez em Dubai, nos Emirados Árabes, seu primeiro trabalho internacional de 2016. Acompanhado por Agnaldo Brito, artista da equipe de Kobra, ele fez desde 29 de fevereiro, em uma área nobre de Dubai, o mural A Lenda do Cavalo Árabe, de 17mX5m (medida média, porque a altura não é uniforme). Segundo Kobra, o mural de certa forma também pode ser considerado tridimensional “porque acompanha o formato inusitado da fonte de água e porque os cavalos da pintura interagem com as águas do chafariz”. É a segunda vez que Kobra faz intervenções em Dubai. Em maio de 2015 pintou na cidade o belíssimo mural O Beduíno e A Flor do Deserto (obra em 3D). Kobra é o primeiro artista urbano a ter permissão para pintar obras permanentes nas ruas de Dubai. A Lenda do Cavalo Árabe foi entregue dia 8 de março. O muralista chega ao Brasil hoje, 10 de março, para acompanhar a gravidez de sua esposa, Andressa Munin, que espera o primeiro filho do casal (um menino). O artista tem convites para intervenções em mais sete países este ano.  

Ao mesmo tempo em que Kobra trabalhava no mural, acontecia na cidade o “Dubai Canvas 2016”, evento que reúne 60 artistas de obras em 3D, entre eles Kurt Wenner, maior nome no mundo de obras desse gênero. Eduardo Kobra, convidado especial da curadora do evento, Jane Gosnell, foi o único artista que não fez obras em 3D.

O muralista brasileiro conta sobre sua inspiração para A Lenda do Cavalo Árabe: “quando estive em Dubai no ano passado, vi durante um voo uma cena linda e inesquecível de cavalos árabes no deserto. Sempre pesquiso muito antes das minhas viagens e agora descobri uma lenda árabe maravilhosa, sobre a origem dos cavalos. E quando soube que pintaria em um lugar onde existem fontes e um chafariz, veio a ideia”. O artista acrescenta: “Eu sou cristão, mas acho fundamental neste mundo de tanta intolerância que as pessoas bebam nas fontes de outras culturas e vejam quanta beleza, quantas histórias bonitas e quantas pessoas de bem existem em todos as religiões, povos e raças. Por isso quis juntar tudo isso em uma pintura’.

Viagem a Dubai em 2015

Em maio do ano passado, Kobra entregou o impactante mural “O Beduíno” em Dubai, nos Emirados Árabes, com 30 metros de altura por 12 metros. “Quis mostrar um personagem que permanece fundamental para a formação de Dubai, mesmo com toda a modernidade da cidade”, diz Kobra.  A obra impressionou a população da cidade. O muralista foi destaque de capa em diversos jornais e revistas e foi entrevistado por quatro televisões do país. Kobra também fez em Dubai a “Flor do Deserto”, obra em 3D, com 10X6 metros. “Inspirei-me naquelas famosas imagens de barcos montados dentro de garrafas; na minha obra, a água é derramada, formando Dubai, como um Oásis, já que onde Dubai é também conhecida como a Flor do Deserto, afirma.

Kobra20031A Lenda do Cavalo Árabe

Um beduíno que vivia no deserto pediu a Alá que lhe desse um companheiro para dividir os dias longos e quentes e as noites igualmente longas e frias do deserto. Alá compreendeu o que o homem desejava, a resolveu dar vida a um ser.

O resultado foi uma criatura única, de olhos tão potentes quanto os da águia, faro tão sensível quanto o do lobo, velocidade grande como a da pantera e a grande resistência de um camelo. Como se não fosse o suficiente, acrescentou ainda a coragem destemida do leão, a memória privilegiada do falcão, a elegância do andar da corsa e a fidelidade inquebrantável de um cão. De acordo com a lenda, Alá chaou o Vento Sul e ordenou que ele soprasse um punhado de areia que estava em suas mãos. E surgiu daí o Cavalo Árabe, para atender o beduíno e para que o nome de Ala fosse sempre louvado.

    Veja a seguir as algumas das obras  de Eduardo Kobra no Brasil e no Exterior   Exterior:

1 – O Beijo, na High Line, em Nova York, EUA

2 – Arthur Rubinstein, em Lodz, na Polônia

3 – Artistas, em Wynwood, Miami, Flórida, EUA

4 – A Bailarina (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia

5 – Malala, em Roma, Itália

6 – Olhar a Paz, em Los Angeles, Califórnia, EUA

7 – Sarasota Antiga, em Sarasota, Flóriada, EUA

8 – Abraham Lincoln, em Lexington, Kentucky, EUA

9 – Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA

10 – Alfred Nobel, na cidade de Boras, Suécia

11 – MariArte, em San Miguel de Allende, México

12 – Ritmos do Brasil, em Tóquio, Japão

13 – O Beduíno, em Dubai, nos Emirados Árabes

14 – Mural ainda sem nome, Papeete, Taiti

15 – Bob Dylan, The Times They Are a-Changin. Minneapolis, Minnesota, EUA

16 –  Hamlet, West Palm Beach, Florida, EUA

17 – Einstein vai à Praia, West Palm Beach, Flórida, EUA

18 – Give Peace a Chance,  Wynwood, Miami, Flórida, EUA

19 – Stop Wars  –  Wynwood, Miami, Flórida, EUA

20 – The Fallen Angel  (O Anjo Caído),  Wynwood, Miami, Flórida, EUA

21 – A Lenda do Cavelo Árabe – Dubai, Emirados Árabes

O mural  “A Lenda do Brasil”, finalizado em Dubai

Brasil

1 – Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista, em São Paulo, São Paulo

2 – A Arte do Gol (projeto Muro das Memórias), av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo

3 – Belém Antigo, esquina da rua Castilhos França com a rua Portugal, em Belém, Pará

4 – Candango, no Complexo Bancário, em Brasília.

5 – Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros, em São Paulo, São Paulo.

6 – Novos Ventos, nos tanques da Linde Gases, na rodovia Cônego Domênico Rangoni, no trecho do sistema Anchieta-Imigrantes, que liga Cubatão a Guarujá, São Paulo.

7 – Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), av. 23 de Maio (próximo ao viaduto Tutóia), em São Paulo, São Paulo.

8 – Murais do Parque do Ibirapuera, ao lado do MAM, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, São Paulo.

9 – Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo, São Paulo.

10 – Muro das Memórias Caixa d’água, Senac Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo.

11 – AltaMira (projeto Greenpincel), rua Maria Antônia, São Paulo, São Paulo.

12  – Muro das Memórias, Senac Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.

13 – Gonzagão, Recife, Pernambuco.

14 –  Viver, Reviver e Ousar, Igreja do Calvário, em Pinheiros, São Paulo, São Paulo.

15 –  Brasil!, muro da usina termelétrica de Macaé, Rio de Janeiro.

16 – Sem Rodeio (Projeto Greenpincel), av. Faria Lima, em São Paulo, São Paulo.

17 – Muro das Memórias Senac Tiradentes, av. Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.

18 – Racionais MC’s, Capão Redondo, São Paulo, São Paulo

 19 – Genial é Andar de Bike, Oscar Freire, São Paulo, São Paulo    20 – A Lenda do Brasil, rua da Consolação, São Paulo

Final de 2015

Em novembro e dezembro do ano passado, Kobra em apenas 23 dias produziu seis murais,em três cidades diferentes dos Estados Unidos. Kobra participou, com três  murais, pela quarta vez do Art Basel, grande festival de arte urbana em Wynwood, Miami. Fez o “O anjo caído”, referência aos problemas do planeta, como guerras, terrorismo e agressões ao clima, inspirado na escultura o “Anjo da Dor” que está em um cemitério em Roma (“Cimitero acattolico”); o mural “Dê uma chance à paz”, inspirado na clássica cena de John Lennon e Yoko Ono; e “Stop Wars”, com o personagem Yoda, de “Guerra nas Estrelas”. Além disso, Kobra restaurou seu próprio mural “Artistas”, feito em 2014, sobre Salvador Dali, Basquiat (grafiteiro), Frida Kahlo e Andy Warhol – que está na sequência das novas obras. Ao total, o quarteirão de Eduardo Kobra tem cerca de 80 metros de comprimento por cinco de altura. Os muros dos novos trabalhos pertencem ao famoso grafiteiro Brainwash, que gerencia a carreira de Kobra no Exterior. Brainwash cedeu o espaço para Kobra mostrar sua arte.

“Eu tinha pensado em outras pinturas, antes de sair do Brasil. Mas em meio à viagem aconteceram no mundo fatos terríveis e catastróficos, como os Atentados em Paris e a Tragédia de Mariana. Tive de mudar radicalmente o que estava planejado”, diz. E acrescenta: “Entre todas as obras, acho que esse anjo caído representa muito tudo isso o que está acontecendo. Precisamos proteger mais o nosso planeta e falar sobre o tema da destruição do meio ambiente”.

Antes de Miami, Kobra e equipe fizeram o mural “Hamlet”, com 7 metros de largura por 6 metros de altura, na fachada do Dramaworks Theater, ao lado da porta principal de entrada, no cruzamento da N Narcissus Avenue com a N Clematis ST, principal avenida de West Palm Beach, na Florida.

Ele iniciou o mural no dia 14 de novembro e trabalhou diariamente das 7h às 19h para a conclusão do trabalho e também de duas outras intervenções. É que Kobra e equipe fizeram simultaneamente uma obra em 3D, em sua quarta participação no Chalk Festival, em Sarasota, Florida; e um outro mural, também na avenida Clematis (o trabalho desenvolvido na lateral baixa de um prédio, com 3,65 metros de altura por 12 de comprimento, pertence à série “Muro das Memórias” e mostra um dos personagens mais recorrentes na obra do artista: o cientista Albert Einstein em um momento de descontração na praia, em Nassau Point, Long Island, Nova York, no verão de 39). Sobre o Chalk Festival, o tema deste ano foi “Eat, Drink and Be Merry”. De acordo com Kobra, a pintura “Sopa de Letrinhas”, com 10X5 metros, foi inspirada na obra poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. “Tive a ideia após reler um poema ‘Sentimental’, de Drummond”, revela o muralista

Além das obras já citadas, Kobra fez intervenções em outros países, como os murais “O Beijo”, na High Line, em Nova York, EUA; “A Bailarina” (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia; “Arthur Rubinstein”, em Lodz, na Polônia; “Olhar a Paz”, em Los Angeles, Califórnia, EUA; “Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA; “Alfred Nobel”, na cidade de Boras, Suécia; “Ritmos do Brasil”, em Tóquio, Japão; e  “Bob Dylan – The Times They Are a-Changin”, em Minneapolis, Minnesota, nos EUA. Também fez obras no México, Taiti, Grécia, França, Itália e Inglaterra.

Mural ‘A Lenda do Brasil’ foi inaugurado no início de novembro

Kobra20033  Kobra, inaugurou no dia 10 de novembro de 2015, na região da Avenida Paulista, em São Paulo, um imenso mural de Ayrton Senna. O artista trabalhou, com sua equipe de artistas, diariamente durante cerca de um mês no local, das 8h às 19h, para que a obra estivesse pronta até dias antes do Grande Prêmio de Fórmula-1 de Interlagos (que aconteceu dia 15 de novembro).  O mural “A Lenda do Brasil”, de 41 metros por 17,5 metros, fica na lateral inteira de um prédio na rua da Consolação, 2608 (esquina com a av. Paulista, em frente à Praça José Molina). Mostra, com cores vivas, o piloto de capacete e olhar expressivo. Para o trabalho, foram utilizados dois mil litros de tinta e 500 latas de spray. Senna é uma das grandes referências da vida de Eduardo Kobra. “Tinha há muitos anos o sonho de fazer um grande mural sobre esse exemplo de talento, determinação e superação”, afirma Kobra, que já pintou diversos murais sobre o tricampeão mundial de Fórmula 1 (nascido em 21 de março de 1960, em São Paulo, e que faleceu, ao bater violentamente nos muros da curva Tamburello, no GP de São Marino, em Imola, Itália, no dia 1º.  de maio de 1994).

“É certamente a pessoa que mais pintei em minha vida. Foram cerca de dez murais de pequeno e médio porte, além de uma tela. Embora eu não seja muito ligado aos esportes, Senna sempre foi um dos meus grandes ídolos. É para mim uma honra realizar agora um imenso mural em São Paulo sobre esse notável paulistano e brasileiro”, diz Kobra, que acrescenta: “Senna transformou o ato de dirigir carros de corrida em, além de um esporte, uma verdadeira arte, que encantava a todos. Esta minha arte é uma homenagem e também um agradecimento. Representa ainda, nesse momento tão difícil, uma inspiração para o povo brasileiro de que é sim possível acreditar que este pode ser um País vencedor”.

 Antes de fazer o mural, Kobra procurou pelo Instituto Ayrton Senna, que aprovou e apoiou o projeto. Para a viabilização do mural, Eduardo Kobra contou com o patrocínio da Audi do Brasil, empresa que tem uma ligação histórica com o tricampeão mundial. “Sem esse apoio não seria possível realizar esse sonho”, afirma. O artista pintou também, com grafias em homenagem ao piloto, um A3 Sedan que Posteriormente, o carro será leiloado, com a renda revertida para o Instituto Ayrton Senna.

Kobra pintou mural de Bob Dylan em setembro nos EUA 

Kobra inaugurou em setembro uma de suas maiores obras no Exterior. Ele fez em Minneapolis, no estado de Minnesota, Estados Unidos, um gigantesco mural “Bob Dylan – The Times They Are a-Changin” (“Bob Dylan – Os Tempos Estão Mudando”), em uma parede 50 metros de largura por 28 metros de altura de um prédio Art Deco, na esquina da Henneping com a S. 5th Street, na área nobre da cidade.  “Mostramos no mural três diferentes fases da trajetória de Dylan, inspirados pelo título de uma de suas mais importantes canções, ‘The Times They Are a-Changin’. É um painel permanente, o maior que já fizemos fora do Brasil”, diz Kobra.

O cantor e compositor Bob Dylan (Robert Allen Zimmerman), chegou a viver em Minneapolis, mas nasceu em Duluth, em 24 de maio de 1941.  Ambas as cidades ficam em Minnesota.

O mural repercutiu nos Estados Unidos. Foi destaque de uma centena de veículos, entre jornais, revistas, emissoras de televisão, portais, sites e blogs.

Kobra foi convidado pela Goldman Sach, proprietária do prédio e de vários outros da região, dentro de um processo de revitalização do centro da cidade: “Queremos que Minneapolis seja uma cidade 24 horas. E a arte e a cultura em geral devem ser parte de cada passo que você der na região”, disse Joan Vorderbruggen, coordenadora artística do distrito. O mural de Eduardo Kobra sobre Bob Dylan inaugurou o projeto.

O artista brasileiro destaca a importância do mural: “Realizamos essa obra no lugar mais importante da cidade, em meio edifícios modernos, em um mural de 1.400 metros quadrados, o maior, como já disse, que já fiz no Exterior. Além disso, ficará de forma permanente. Com tantos artistas talentosos que existem aqui no Estados Unidos, fui o convidado para inaugurar este projeto maravilhoso de revitalização”, afirma. Kobra destaca que muitas pessoas acompanharam o processo de criação do mural. “Muitos fãs do Bob Dylan fizeram questão de divulgar a cena, além de algumas pessoas que já conhecem o meu trabalho”, diz, acrescentando que uma artista de Minneapolis, Sarah Peterson, de 65 anos, foi todos os dias até o local para desenhar o mural em cada passo de sua construção.

Recentemente Eduardo Kobra chamou a atenção de todo o País com o projeto “São Paulo: uma realidade aumentada”, com dez intervenções – uma por dia, em diferentes regiões da cidade, como Cracolândia, Paraisópolis e Capão Redondo – que destacaram principalmente questões sociais da maior cidade do País.

Sobre Eduardo Kobra

Kobra é um expoente da neo-vanguarda paulistana. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade. Com os desdobramentos, que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou – com o Studio Kobra, criado em 95 – para um muralismo original – inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos e no design do norte-americano Eric Grohe — beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo “transformismo” grafiteiro.

É interessante ressaltar que Kobra não faz intervenções sem pedir antes a autorização do poder público ou do proprietário do imóvel. Kobra é autor do projeto “Muro das Memórias”, que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade. Os desenhos são a síntese do modo peculiar de Eduardo Kobra criar – através do qual pinta, adere, interfere e sobrepõe cenas e personagens das primeiras décadas do século XX. Essas obras são uma junção de nostalgia e modernidade, por meio de pinturas cenográficas, algumas monumentais. Através delas cria portais para saudosos momentos da cidade “A ideia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de nostalgia, com a constante agitação de hoje”, diz o artista.

Desde 2006 já foram entregues cerca de 30 murais em avenidas e ruas de São Paulo. Em janeiro de 2009, entregou para o aniversário de São Paulo um mural de 1000 metros quadrados na av. 23 de Maio, que mostra cenas da década de 20. Kobra, que nunca faz uma intervenção sem pedir antes a autorização do poder público ou do proprietário do imóvel, pediu a autorização para a a obra. O então prefeito Gilberto Kassab (“Lei da Cidade Limpa”) prestigiou a inauguração do muro da av. 23 de maio, o que é visto como um marco para a arte de rua, porque pouco antes os fiscais de Kassab andavam destruindo várias obras de artistas urbanos.  Em janeiro de 2013, Eduardo Kobra fez a impressionante obra “Oscar Niemeyer”, para o aniversário de São Paulo.

Kobra, inquieto, estudioso e autodidata, também faz pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos (muito difundida por nomes internacionais, como Julian Beever e Kurt Wenner). O artista realizou diversas obras em 3D, como na Praça Patriarca, no centro da Cidade, a primeira no Brasil; e na Avenida Paulista, símbolo da megalópole. A técnica anamórfica consiste em “enganar os olhos”. A pintura é distorcida ou mesmo incompreensível na maioria dos ângulos de visão, mas ao ver do ângulo correto, estipulado pelo artista, se torna um 3D com incrível variação de profundidade e realismo.

Paralelamente, Kobra desenvolve sua produção pessoal, que passa pela pesquisa de materiais reciclados e novas tecnologias. Recicla e recria momentos e formatos das histórias da Arte e das cidades, especialmente de São Paulo. Kobra tem sido muito procurado para decorar também para pintar restaurantes, bares e residências. Participou de várias edições da Casa Cor São Paulo e da Bienal de Arquitetura de São Paulo.
Eduardo Kobra começou como pichador, tornou-se grafiteiro e hoje se define como um muralista. Tornou-se conhecido pelo seu projeto Muro das Memórias, onde faz releituras de cenas da São Paulo antiga, como o muro de 1.000m2 na av. 23 de maio. Nos últimos anos também se dedicou muito a outros projetos, como surpreendentes obras em 3D e o projeto Greenpincel, onde mostra (ou denuncia) imagens fortes de matança de animais e destruição da natureza; e homenagens a personagens que marcaram a história, em diferentes áreas, como Albert Einstein, Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Abraham Lincoln, Maya Plisetskaya Salvador Dali, Barquiat (grafiteiro), Frida Kahlo e Andy Warhol.

Veja a seguir uma síntese das linhas de trabalho de Eduardo Kobra

Muro das Memórias – projeto mais antigo e constante de Eduardo Kobra, que pinta São Paulo antiga. Há cerca de 40 trabalhos em São Paulo. Cria um contraste entre o antigo e o contemporâneo. Na av. 23 de maio, em seu maior trabalho, de mil metros quadrados, as pessoas passam em seus carros, como máquinas, a toda velocidade. O lado humano da avenida está justamente nos rostos pintados no muro. O artista desenvolve trabalhos do Muro das Memórias em outras cidades. Fez, por exemplo, lindas criações em Belém (PA), Rio de Janeiro e Santa Maria (RS), além de cidades em diversos países, como Estados Unidos, Suécia, França, Inglaterra, Rússia, Polônia, México, Japão, Emirados Árabes e Taiti.

3D – Kobra é pioneiro nesta arte. Surpreendeu São Paulo fazendo um carro em 3d na Praça do Patriarca. A obra tinha cerca de 30 metros de largura por oito de comprimento. De 98% das posições o espectador via uma mancha no chão. De dois por cento via um carro, “real”, na frente. Fez um Pelé na Av. Paulista; um Michael Jackson no Rio de Janeiro (junto com o artista plástico Romero Brito); uma piscina no Rio (homenagem às Olimpíadas); monumentos de Brasília na Esplanada dos Ministérios e um canyon com elementos brasileiros e sul-africanos na Praça do Patriarca, em São Paulo, durante a Copa do Mundo de 2010. Ao total, fez cerca de 20 trabalhos em 3D no Brasil. Em 2011, participou e foi premiado no Sarasota Chalk Festival, maior evento de 3D do mundo (ler em trabalhos internacionais, ao final do release).

Galeria de Céu Aberto – O artista começou a colocar seus quadros em muros e outros espaços da cidade de São Paulo. Quer mostrar para as pessoas que a arte é acessível, que todos podem entrar em galerias. “Muita gente pensa que não gosta de arte simplesmente porque nunca entrou em museus e galerias”, afirma Eduardo Kobra que há pouco mais de quatro meses fez uma obra deste projeto em muro da Praça Panamericana.

Galeria – Kobra se firma como artista plástico. Sua arte é cada vez mais encontrada também nas galerias. Em outubro de 2008, fez na galeria Michelangelo, em São Paulo, a elogiada exposição “Lei da Cidade que Pinta”, onde placas, outdoors, luminosos e outros materiais de comunicação visual retirados pelos fiscais e funcionários da Prefeitura ressurgiram como suporte para as obras de arte. Em julho de 2009 fez, também em São Paulo, na galeria Pró Arte, a exposição “Visitas”, sucesso de crítica e público.

Greenpincel – O projeto que o artista desenvolve desde março de 2011, buscando alertar e combater as agressões do homem aos animais e ao planeta como um todo.  Kobra entregou vários murais para a cidade de São Paulo, dentro do projeto. Fez em julho um chocante mural de “boas-vindas”, chamado “Welcome to Amazônia”, na av. Rebouças, 167, com cerca de 7mX5m. O cenário mostra um ambiente arrasado. Pouco antes, concluiu o  mural “CO2”, na rua Alvarenga, 2.400, com cerca de 10mX5m, também parte do seu projeto Greenpincel, iniciado com o mural “Navio Baleeiro” (obra crua e forte, baseada em uma cena da caça de uma baleia pelo navio Yushin Maru), realizado em março na rua Domingos de Morais, na Vila Mariana. No dia 26 de agosto, Kobra e outros artistas do Studio Kobra pintaram o mural “Sem Rodeios”, na av. Brigadeiro Faria Lima, depois de ficar chocado com as imagens nos jornais e sites do bezerro abatido pelo peão César Brosco durante a 56ª. Festa do Peão de Barretos. Em setembro, fez na rua Cayowa, em Perdizes, o mural “Mar da Vergonha”, onde critica o massacre de centenas de golfinhos no início de setembro, na pequena cidade de Taiji, na costa meridional da ilha japonesa de Honshu. Em outubro do ano passado fez o mural Alta Mira, onde critica a construção da usina, trabalho que atingiu grande repercussão de público e mídia.    Segundo Kobra, o Greenpincel denuncia e combate artisticamente as várias formas de agressão do Homem à natureza. “Todas as tragédias naturais que têm acontecido em nosso planeta mostram que proteger os animais e a natureza como um todo é também uma forma de protegermos o ser humano. Particularmente, sou um apaixonado por plantas e animais. São temas que namoro há muito tempo e, por isso, decidi que já era hora de colocá-los também dentro do meu trabalho como artista”, diz. O Greenpincel marca uma nova etapa nas obras de rua do artista, que buscam basicamente preservar a memória e trazer beleza aos paulistanos, em meio à correria do dia-a-dia. “Gosto muito de resgatar a história e levar beleza às ruas das cidades, o que faço principalmente no projeto ‘Muro das Memórias’, mas há situações em que devemos denunciar, mostrando artisticamente as agressões feitas contra o nosso Planeta”, afirma.

Personalidades – Série que homenageia personalidades importantes da história, como o arquiteto Oscar Niemeyer e o compositor Adoniran Barbosa além de nomes como Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela, Martin Luther King e Albert Einstein.

Mosaicos – É fase mais recente do trabalho de Kobra. Usa aspectos coloridos e figuras geométricas sobrepostas nas cenas. Esta técnica dá profundidade e cor aos trabalhos. Alguns exemplos desta fase são os já citados murais “O Beijo está no Ar”, em Nova York; e o trabalho de agora em Moscou.  Às vezes a técnica pode se mesclar a outros estilos ou linhas de trabalho do artista. A homenagem a Oscar Niemeyer pertence à fase Personalidades e também à fase Mosaicos.

Trabalhos Internacionais  – Eduardo Kobra fez intervenções  nos Estados Unidos, Rússia, França, Itália Inglaterra, Suécia, Polônia, Japão, Taiti, Emirados Árabes, México e Grécia (muitos desses trabalhos estão destacados no release).

About Dina Barile

Recebi o título de Doutora em Viajologia, depois de viajar por 140 países e pisar em todos os continentes. Recebi um troféu do Rank Brasil, pois sou a primeira e única mulher brasileira a ter estado na ESTRATOSFERA. Experimentei a Culinária de todos os países por onde passei. Expert nos temas Turismo, Gastronomia e Beleza, convido todos os leitores para um Passeio Turístico e Gastronômico por todos os Continentes.

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