Inspirado por Ariano Suassuna, o compositor Ricardo Dutra e Quinteto Aralume, de música instrumental brasileira, fazem parceria inédita para criar o espetáculo Canteiro de Alumiá, que reúne 11 músicas “de arranjos artesanais e timbragem armorial”
Chamado de “trovador contemporâneo”, o compositor, cantador e instrumentista Ricardo Dutra e o Quinteto Aralume, de música instrumental brasileira, estreiam o espetáculo Canteiro de Alumiá, nos dias 24 e 25 de março, no Teatro Alfredo Mesquita, em Santana, na zona norte de São Paulo. Com entrada gratuita, a apresentação das 11 músicas inéditas celebra a parceria inusitada entre as canções de Ricardo e os arranjos elaborados pelos músicos do Quinteto. De maneira poética e imbuídas de lirismo melódico, os temas das composições abordam essencialmente a natureza, a vida e o amor, unidas ao refinamento artesanal dos arranjos, que proporcionam a este trabalho uma timbragem armorial e o primor da música de concerto.
Durante sete meses, eles se encontraram para unir duas vertentes musicais tão distantes quanto próximas: a cantoria e a música de câmara. “É um trabalho que expandiu e está evoluindo”, afirma Ricardo. “Estamos em um processo de criação minucioso, e percebemos que as características singulares presentes neste trabalho criativo, acrescidas ao ineditismo das composições, apontam a possibilidade de apresentar algo de novo no contexto musical contemporâneo”.
A inspiração para a parceria surgiu depois que Ricardo Dutra assistiu a uma aula-espetáculo do Quinteto Aralume, que realizava uma homenagem a Antonio Madureira, líder do Quinteto Armorial, grupo que fez sucesso na década de 1970, ao criar uma música erudita brasileira de raízes populares. O Quinteto Armorial nasceu no contexto do Movimento Armorial, idealizado pelo escritor Ariano Suassuna, este movimento cultural surgiu no Recife e se espalhou pelo Brasil.
O nome do espetáculo, também nome de uma das canções, Canteiro de Alumiá, merece uma explicação. A palavra canteiro neste espetáculo traz seus diversos significados, o canteiro de obra, o canteiro de cantaria (arte de talhar pedra), e também o canteiro de flores, sendo a flor um elemento poético bem utilizado nas letras das canções. Todos estes canteiros representam o Canteiro de Alumiá, um lugar de tarefa e lapidação desta obra musical, que alumia pelo encanto das canções que nele brota e fecunda. O Espetáculo Canteiro de Alumiá é o resultado do processo de criação do projeto Ricardo Dutra e Quinteto Aralume, fomentado pelo Edital de Apoio a Criação Artística-linguagem música da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Ricardo Dutra
Pós graduado em educação musical, bacharel em música com habilitação em violão erudito, Ricardo Dutra é compositor, cantor, multinstrumentista, artista educador e pesquisador da cultura popular tradicional do Brasil. Fundador e lider do grupo Romanço, sendo o nome Romanço uma sugestão do escritor Ariano Suassuna.
Quinteto Aralume
A proposta do Quinteto Aralume (Francisco Andrade, Bruno Menegatti, Ionan Daniel, Thiago Moretti e Ana Eliza Colomar), é realizar uma música instrumental brasileira em sintonia com a música armorial. Com a sonoridade do violão, viola brasileira, violoncelo, viola d’arco em alternância com rabeca, e flauta transversal em alternância com pífano, o grupo mescla pesquisa, interpretação e criação musical.
Serviço
Espetáculo Canteiro de Alumiá
24 de março, às 21 horas
25 de março, às 19 horas
Teatro Alfredo Mesquita
Avenida Santos Dumont, 1770 – Santana
Entrada Gratuita
Estacionamento gratuito