Mana conta: Ela foi a primeira e única Mulher Brasileira a ir para a ESTRATOSFERA

Por: Priscila Gorzoni

O Portal das Manas entrevistou a Dina Barile, de 65 anos, que carrega em seu portfólio, o título da Primeira e única Mulher Brasileira a ir para a ESTRATOSFERA, entre outros bem interessantes.
Por conta de suas aventuras, aprendeu a falar 4 idiomas, já conheceu 140 países, todos os Continentes e se tornou conhecida como a “Pós Doutorada em Viajologia”.

Entrou para o RankBrasil  – entidade que homologa recordes brasileiros, com reconhecimento nacional e internacional, o que não deixa margem a dúvidas –  em 2019 pelo recorde de Primeira brasileira a ir para a Estratosfera. O voo aconteceu em 10 de novembro de 2015, em um caça MIG 29.


No mesmo ano de 2015 foi condutora da Tocha Olímpica em São Paulo, 
após ganhar um concurso. Além disso foi voluntária das Olimpíadas, das Paralimpíadas e da Copa do Mundo

A jornalista Dina Barile é filha de imigrantes italianos que fugiram do caos pós-guerra, viveu uma infância bem humilde, quando dependia de boas notas escolares para conseguir bolsas de estudos para poder estudar. Hoje, fala inglês, italiano e espanhol e cursou duas faculdades: Bacharelado em Estatística, na USP; e Ciências Atuariais, na PUC. Prestou concurso para bolsa de mestrado na USP e passou em primeiro lugar, porém, como tinha que trabalhar para seu próprio sustento e o da família, desistiu da bolsa que exigia dedicação exclusiva.

Dina costuma dizer: “Quero estar à frente do meu tempo”, diz constantemente. Fascinada por novas experiências e por conhecer mais, embarcou em um caça MIG 29, na base de Sokol, na Rússia e se tornou a primeira e única Mulher Brasileira a chegar à Estratosfera. No dia seguinte, realizou um voo em gravidade zero.

“Sempre gostei de quebrar paradigmas. “Quero estar à frente do meu tempo”, digo constantemente. Fascinada por novas experiências e por conhecer mais, embarquei recentemente em um caça MIG 29, na base de Sokol, na Rússia e me tornei a primeira e única Mulher Brasileira a chegar à Estratosfera. No dia seguinte, realizei um voo em gravidade zero. “

“Adoro viajar e tenho paixão pelos países que conheci, mas digo que o Brasil é o país mais belo do mundo e o melhor lugar para se viver. Temos todos os atributos para ser o país mais visitado do planeta e transformar o turismo na nossa maior fonte de renda”, afirma, acrescendo que se sente uma embaixadora voluntária do Brasil. “Quero ser um agente transformador para que o Brasil atraia turistas e possamos trocar conhecimento, cultura e informações. Sou determinada em divulgar o País, incentivando todas as pessoas que conheço ao redor do mundo a vir conhecê-lo. Pode não ser muita coisa, mas adoro saber que faço a minha parte”, finaliza.

Nessa entrevista, ela conta um pouco da sua vida, aventuras, infância e conquistas.

Dina Barile, 65 anos, aposentada, mas tenho um site de variedades, www.spotlife.com.br e trabalho nele diariamente

Portal das Manas: Me conte um pouco da sua vida, infância, onde viveu, como foi, suas paixões, o que gostava de fazer e como sugeriu essa ideia de ser a primeira mulher a ir para a  ESTRATOSFERA?

R: Sou filha de imigrantes italianos que fugiram do caos pós-guerra, vivi uma infância bem humilde, quando dependia de boas notas escolares para conseguir bolsas de estudos para poder estudar. Eu era muito estudiosa e enquanto minha mãe trabalhava eu a acompanhava e ficava estudando. Não tinha como brincar porque a rua era muito movimentada.

Eu era criança quando o primeiro homem chegou à Lua e aquilo me marcou muito e foi o pontapé inicial para eu começar a sonhar com o espaço.

Minha primeira viagem foi para cumprir uma promessa pra minha mãe que, quando eu conseguisse juntar dinheiro eu iria levá-la para passear na Itália. Daí, depois dessa viagem não parei mais.

 

Portal das Manas: Me conte um pouco de como foi a sua juventude e depois vida adulta? O que estudou?

R: Eu passei a juventude estudando, pq queria me preparar pra dar uma vida mais confortável para meus pais e tb pra mim. Hoje, falo inglês, italiano e espanhol e cursei duas faculdades: Bacharelado em Estatística, na USP, pq seria a primeira turma a se formar em Estatística e eu achava que seria muito promissora, mas não aconteceu; e Ciências Atuariais, na PUC, quase pela mesma razão. A previdência privada tinha acabado de ser aprovada no Brasil e eu achei que seria a profissão do futuro. Prestei concurso para bolsa de mestrado na USP e passei em primeiro lugar, porém, como tinha que trabalhar para meu próprio sustento e o da família, desisti da bolsa que exigia dedicação exclusiva.

Nunca casei e nem tive filhos. Eu sempre me apaixonei por homens que, com o tempo, percebi que não teriam futuro, então, mesmo apaixonada, terminava para seguir o meu caminho, sozinha.

Durante os 30 anos em que trabalhei no banco Banespa, na área de Previdência Privada, viajava sempre nas férias: uma vez por ano dentro do Brasil e no ano seguinte para o Exterior. Depois de aposentada, segui viajando muito. Conheci lugares instigantes e exóticos como Butão, Índia, Madagascar, Islândia, Namíbia, Etiópia, Tailândia, Antártica e Tunísia. Amo viajar e conhecer lugares bonitos e instigantes, mas principalmente conhecer pessoas e culturas. É o que mais me motiva.

 

Portal das Manas: Quando surgiu a oportunidade de se tornar a primeira mulher a ir para a   ESTRATOSFERA?

R: Eu assisti a uma palestra do nosso astronauta brasileiro, Marcos Pontes, que hoje é nosso Ministro da Ciência e Tecnologia,  porque sempre fui fascinada pelo espaço e nela ele distribuiu um material e eu deixei num canto. Algum tempo depois, lembrei do material e fui ler. E vi que ele tinha uma agência de turismo.

Quando surgiram notícias das viagens comerciais para o espaço, fiquei ultra interessada. E lembrei do material do Marcos Pontes. E quando vi que a agência comercializava esse tipo de viagens, entrei em contato e falei com Marcos Palhares, sócio do Pontes. Quando vi o preço e que tinha que ser pago à vista, sem chance de devolução sob qualquer hipótese, eu perguntei pq era tão caro, sendo que noutra agência, custava menos da metade do preço. Daí ele me explicou que a outra agência ia só até a Estratosfera e isso tb eles faziam com um preço menor do que a agência que eu contatei. Depois dessa conversa, já comecei a me planejar para ir à Estratosfera.

 

Portal das Manas: Os preparativos? O que viu? O que vivenciou? Os desafios?

R: Eu me preparei aqui no Brasil mesmo, com uma médica de esportes radicais, tomando suplementos e fazendo academia (coisa que nunca fiz na minha vida). Na Rússia, eu fiquei apenas 4 dias, pq eu falei para o Marcos Palhares (sócio na agência do Marcos Pontes) que eu queria aproveitar a passagem e realizar um outro sonho: voar em gravidade zero. Daí, a título de curiosidade, quando o Palhares me ligou para dizer que tinha uma data que daria para conciliar os 2 sonhos, coincidia junto com outra viagem que eu tinha acabado de reservar: uma viagem para Madagascar e Reunion (para tentar ver um vulcão de perto) com meu namorado da época. Era um inglês que vive em Manchester e que eu tinha conhecido na Antártida. E eu disse para o Palhares que se eu fosse para a Rússia, seria como abandonar o marido na lua de mel. Mas como eu nunca deixei de fazer nada, por namorado nenhum, em 2 dias, pensei melhor e aceitei a data.

À Estratosfera, como é num caça MIG 29, só podem ir 2 pessoas: o piloto e eu de co-piloto. No voo de gravidade zero, tinha outros 18 rapazes russos fantasiados de super heróis: trombei, literalmente, no voo com Batman, Super Man, Capitão América etc.

Foi uma emoção muito grande ter realizado um sonho. Pena que a viagem dura apenas 1h 20minutos.

 

Portal das Manas: Quanto gastou? Como é ser a primeira mulher a fazer isso em uma sociedade ainda bem machista?

R: A viagem completa com a Estratosfera e o voo de gravidade zero, ficou em U$ 32 mil dólares. Ainda bem que o dólar não estava tão alto na época.

Eu acho que nesta viagem, não senti nenhum preconceito. Pelo contrário, recebi elogios pela coragem e determinação de ir atrás de um sonho, com os meus próprios recursos e em uma empreitada onde eu estava sozinha.

A parte mais emocionante é constatar que o espaço é completamente preto. Então, quando o caça chegou no ponto máximo, era possível ver o contraste do espaço escuro com a curvatura e as cores do nosso Planeta.

Eu sou aventureira e gosto de experimentar e conhecer tudo. Então o meu primeiro veículo foi uma moto. Depois eu fiz paraquedismo, mergulho, rapel, rafting, trekking e por aí foi. Guardo uma cicatriz de cada um desses esportes. Rs.

Meu próximo desafio que já foi adiado por 2 anos, por causa da pandemia, será realizar um trekking para encontrar alguma família de gorilas em UGANDA. A caminhada para realizar esse projeto pode durar até 8 horas pela floresta e só é permitido ficar observando os gorilas por no máximo uma hora.

Para saber mais sobre a Dina:

DINA BARILE – [email protected]
Diretora de Conteúdo e Redação
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Este artigo foi originalmente publicado no Portal das Manas no link:
Mana conta: Ela foi a primeira e única Mulher Brasileira a ir para a ESTRATOSFERA – Portal das Manas (wordpress.com)

About Dina Barile

Recebi o título de Doutora em Viajologia, depois de viajar por 153 países e pisar em todos os continentes. Recebi um troféu do Rank Brasil, pois sou a primeira e única mulher brasileira a ter estado na ESTRATOSFERA. Experimentei a Culinária de todos os países por onde passei. Expert nos temas Turismo, Gastronomia e Beleza, convido todos os leitores para um Passeio Turístico e Gastronômico por todos os Continentes.

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