RIO 2016: QUAL O PROPÓSITO DISSO TUDO?

*Por Alexandre Nakandakari

 Legado ou aprendizado? Por meio do Coaching, como podemos aprender com as Olimpíadas? 

Como ex-atleta de natação que gravava as competições para ficar horas analisando a técnica dos grandes nadadores, pensando em como eu poderia melhorar, fico ansioso só de imaginar a grande migração de pessoas para um único lugar e todos envolvidos no espírito olímpico: Citius, Altius, Fortius (mais rápido, mais alto e mais forte). Competir com honra, respeito e determinação. Foi esse espírito e pensamento que me tornou um apaixonado pelo desenvolvimento humano. O esporte é um palco em que podemos aprender muito e levar isso para nossa vida.

Os Jogos Olímpicos, se não for o maior, com certeza é um dos maiores eventos do mundo e faltam menos de 400 dias para a abertura oficial. Serão mais de 10 mil atletas de 205 países, que disputarão 306 medalhas durante 17 dias, sendo 136 provas femininas, 161 masculinas e 9 mistas. As competições serão disputadas em 33 locais de provas, a organização contará com 45 mil voluntários, 85 mil funcionários terceirizados e 8 mil funcionários, ou seja, não só os atletas se preparam, a cidade sede e toda nação brasileira também, e é esse tema que vamos explorar.

Em relação aos gastos, uma das principais preocupações dos brasileiros, segundo o portal Rio 2016 foram investidos R$ 7.4 bilhões até agora. Desse valor são provenientes: 40% de patrocinadores locais, 25% contribuição do COI, 16% da venda de ingressos, 12% de patrocinadores internacionais e 7% de licenciamentos e receitas diversas. Esse valor foi e será investido em despesas operacionais do evento (credenciamento, alimentação, seleção e treinamento, despesas médicas), tecnologia (resultados oficiais através de sistemas e softwares, 7 mil pontos Wi-Fi, infraestrutura para transmissão, telecomunicações, servidores, segurança dos sistemas, telões), competições e cerimônias (1 milhão de equipamentos esportivos, 832 eventos olímpicos e paraolímpicos, 4 grandes cerimônias), acomodações (34 mil quartos), transportes (deslocamentos com 5 mil veículos, 2 mil ônibus, 4500 motoristas, 26 milhões de km rodados).

Mas e o legado urbanístico de desenvolvimento para a cidade? Isso foi e continua sendo muito falado e explorado por políticos e cartolas do esporte. Recentemente Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, disse que o Rio deixará Barcelona no chinelo. A cidade é referência no assunto de legado esportivo em Jogos Olímpicos. Mais de duas décadas após a Olimpíada de Barcelona, hoje a cidade é irreconhecível para aqueles que a conheciam antes. A principal modificação foi na área portuária, antes praticamente esquecida e hoje é o metro quadrado mais disputado da cidade. Os quatro núcleos que concentraram as instalações esportivas dos Jogos foram conectados por quase 50 Km de novas vias que durante os Jogos facilitaram a circulação das pessoas e após aliviou o tráfego. Barcelona se tornou pólo de negócios, um dos destinos mais cobiçados por turistas (o número de visitantes mais que dobrou na década seguinte), o aeroporto se modernizou e cresceu, além de outros benefícios difíceis de serem mensurados como influência, diversidade e charme.

Londres em 2012 também teve um legado importante. A área industrial foi revitalizada começando pela descontaminação do solo, um trabalho de quatro anos a um custo de R$ 230 milhões, que levou a limpeza de 2 milhões de toneladas de solo descontaminado dos resíduos tóxicos. Um detalhe interessante: algumas instalações esportivas de Londres foram feitas para serem totalmente transportadas para outros lugares, não se tornando um elefante branco na cidade e tendo seu valor justificado pelo uso completo da estrutura. O que não aconteceu com algumas instalações de Barcelona, por exemplo o parque aquático e o estádio, que estão obsoletos e mal cuidados. Em parte, pela crise econômica, e o que os espanhóis juram que será revertido assim que a situação melhorar.

E o que o coaching tem a ver com tudo isso? Vivemos em um mundo sistêmico onde o bater das asas de uma borboleta aqui pode causar um furacão no Japão (efeito borboleta). Mas parando para pensar no que isso reflete em nós. Quantas vezes aguardamos um evento, um fato, uma situação que venha mudar nossas vidas? Dizemos coisas como: quando eu tiver um cargo de liderança, quando eu casar, quando eu tiver um salário melhor, quando eu me mudar para tal lugar. E às vezes quando essas coisas chegam não temos o ímpeto ou a força necessária para implementar a mudança real.

Será que o Rio conseguirá melhorar o trânsito? Revitalizar áreas degradadas? Limpar a Baía de Guanabara? Analisando esse processo pela perspectiva do coaching podemos perceber que falta muito planejamento, cumprimento dos prazos estabelecidos (ou falta de coerência ao se os estabelecer), não há um objetivo claro e bem definido (apenas dizer que haverá um legado é pouco específico, que tipo de legado queremos deixar?). Talvez vale a reflexão: qual o propósito disso tudo?

*Alexandre Nakandakari – É sócio da Questão de Coaching (www.questaodecoaching.com.br), com formação em Educação Física com especialização em Treinamento Desportivo, Practitioner PNL e analista de Assessment DISC.

Sobre a Questão de Coaching (www.questaodecoaching.com.br)

A Questão de Coaching – empresa especialista em desenvolvimento pessoal e profissional – é fruto da aliança de cinco profissionais qualificados e com grande experiência de mercado em capacitação de pessoas. A diversidade de formação acadêmica de seus executivos, compostos por psicólogos, administradores e educadores, contribui para a troca de experiências e crescimento, além de proporcionar uma visão mais ampla em diferentes situações.

Com alicerce fundamentado em um aprendizado constante, a empresa busca, diariamente, a excelência e aprimoramento do trabalho para contribuir com a evolução profissional e o desenvolvimento humano de pessoas e empresas interessadas em evoluir, superar obstáculos e ascender na escala do sucesso.

A Questão de Coaching oferece treinamentos, palestras e workshops que ressaltam a importância de manter a motivação, de investir no relacionamento e na comunicação e, principalmente, de tornar-se um líder profissional e da própria vida.

About Dina Barile

Recebi o título de Doutora em Viajologia, depois de viajar por 140 países e pisar em todos os continentes. Recebi um troféu do Rank Brasil, pois sou a primeira e única mulher brasileira a ter estado na ESTRATOSFERA. Experimentei a Culinária de todos os países por onde passei. Expert nos temas Turismo, Gastronomia e Beleza, convido todos os leitores para um Passeio Turístico e Gastronômico por todos os Continentes.

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