Saiba tudo sobre a nova temporada de ‘Pé na Cova’ e como o elenco presta homenagem a moradores de Irajá

PenaCovaLançamento da nova temporada contou com exibição do primeiro capítulo e show de Mart’nália

A Zona Norte do Rio recebeu na noite desta segunda-feira, 21, o elenco que dá vida aos filhos ilustres do bairro de Irajá em ‘Pé na Cova’. A quarta temporada do seriado, escrito por Miguel Falabella com direção geral de Cininha de Paula, foi lançada na Lona Cultural João Bosco, na Região Administrativa de Irajá, com coletiva de imprensa, exibição do primeiro episódio para os moradores da região e show de Mart’nália. Para celebrar, Miguel Falabella, Lorena Comparato, Luma Costa, entre outros, partiram do Projac, em um ônibus especial com o logotipo do seriado, e circularam pela Avenida Brasil e ruas da região saudando os cariocas da Zona Norte. “Eu fiz questão que o evento acontecesse aqui no Irajá. Eu faço isso para dar alegria ao povo. Sempre gostei de dialogar e estar próximo do público”, contou Miguel Falabella.

Ao chegar na Lona Cultural, o elenco cruzou o tapete vermelho, ovacionado pelos moradores, em direção ao interior da lona, onde foram recebidos pelos jornalistas para entrevista coletiva. “Misturamos gêneros. Não fazemos só comédia ou drama social. É muito difícil conseguir esse equilíbrio. Mas conseguimos fazê-lo e ainda manter o humor e a humanidade”, definiu Flávio Marinho, que compõe o time de roteiristas.

Com o término da coletiva, foi a vez dos moradores tomarem conta da lona e cumprimentarem os atores. Inspirado nos funerais temáticos de Ruço e Darlene, personagens de Miguel Falabella e Marília Pera, foram distribuídos “bem-morridos”, doces como os tradicionais bem-casados, para imprensa e público. Todos também receberam pipoca e refrigerante para acompanharem, em primeiríssima mão, a exibição do episódio de estreia que irá ao ar no dia 29 de setembro.  Cininha de Paula falou sobre a importância da parceria com Miguel: “A gente não consegue fazer um bolo bem feito se não temos o recheio e nem os ingredientes de boa qualidade. Se você consegue entender o sonho do autor, ele te dá as asas para voar nas cenas”.

A quarta temporada promete voos altos. “Esta talvez seja a melhor  de todas. Uma das mais humanas. ‘Pé na Cova’ nada mais é do que o retrato de uma civilização em colapso. O seriado mostra que podemos fazer humor com poesia e tolerância”, disse Miguel antes de exibir o primeiro episódio na íntegra. O capítulo traz o conturbado casamento de Alessanderson (Daniel Torres)  e  Luiziane (Laura Keller).

Logo após a exibição, elenco e público caíram no samba ao som de Mart´nália. A cantora e sua banda tocaram ao vivo hits como “Cabide”, “Pra que chorar”, “Chega” e o tema de abertura de ‘Pé na Cova’, “FUI”, entre outros sucessos. “Eu compus ‘FUI’ especialmente para o seriado, a pedido do Miguel. É uma delícia fazer parte disso tudo”, contou Mart’nália que ainda puxou todo o elenco para o palco e transformou o tablado em um bloco de carnaval.

‘Pé na Cova’ é escrito por Miguel Falabella, tem direção geral de Cininha de Paula e direção de Cris D’Amato e Hsu Chien. O seriado será exibido às terças-feiras, a partir do dia 29, após ‘Mister Brau’.

Pé na Cova

Não há dor nem problema no mundo que não possa ser amenizado com uma boa dose de humor e imaginação.  Em sua quarta temporada, que estreia dia 29 de setembro, ‘Pé na Cova’ traz as  transformações e situações ainda mais inusitadas da turma mais cativante e excêntrica que o bairro do Irajá produziu.  O seriado de Miguel Falabella com direção-geral de Cininha de Paula, traz à tela não só o universo idílico e lírico do subúrbio carioca, palco de esquisitices e diversidade, mas também da tolerância de quem não leva tão à sério a vida (e a morte!). “De forma fantasiosa e poética, ‘Pé na Cova’ é a comédia da tolerância. Mostra que, no fundo, ninguém gosta de ter preconceitos”, afirma Miguel Falabella.

Após Clécio (Magno Bandarz) e Abigail (Lorena Comparato) falirem a funerária Santa Abigail, Ruço (Miguel Falabella), com pena do casal, resolve abrigar a ex-mulher e o “ex-filho” trambiqueiro em casa. Só que a boa ação não agrada a família, que acredita estar dormindo com o inimigo.

Alessanderson (Daniel Torres), filho mais novo de Ruço e Darlene (Marília Pêra), então deputado, continua com ambições a um bom cargo político e decide se casar com Luiziane (Laura Keller) para ganhar a confiança do eleitorado. Mesmo promovendo uma grande festa, com direito a muitas fotos e até mesmo uma lua de mel forjada, a tentativa de formar uma família modelo pode ser mais difícil do que ele imagina.

A globalização chegou com tudo no Irajá. A concorrência da F.U.I (Funerária Unidos do Irajá) passa a ser internacional e quase desleal. Um grupo de chineses aproveita o embargo na justiça para o funcionamento da Santa Abigail e promove uma invasão ao Irajá. Como uma estratégia de guerrilha, eles se apropriam da loja e abrem uma pastelaria/ funerária no bairro, caindo nas graças da vizinhança.
Desesperado, o patriarca da família Pereira tem a brilhante ideia de driblar a concorrência com a criação de enterros customizados. “O sucesso da série vem de uma realidade brasileira. Ele fala dessa luta que o brasileiro tem por um pequeno espaço, qualquer que seja ele. De fazer o seu trabalho honesto, de ganhar dinheiro”, reforça a diretora geral Cininha.

Ruço precisa mesmo ganhar dinheiro. Afinal, Odete Roitman (Luma Costa) se aposenta da profissão de stripper para se dedicar aos filhos, Sermancino (Gabriel Lima) e Heleninha, e ao marido Tamanco (Mart’nália). Odete se cansa da exibição na internet e, para o seu lugar, a loira convoca Abigail (Lorena Comparato), que surpreende no pole dance e faz crescer os lucros do site “odeteroitman.com”.

As confusões não param por aí, e a clínica do Dr. Zóltan (Diogo Vilela) ganha ainda mais protagonismo na série. Agora, além das transformações estéticas, Zóltan, que na verdade não é médico e sim veterinário, realiza mudanças estruturais e psicológicas em seus pacientes.  Através das suas teorias genéticas, ele acha que pode acabar com os problemas de qualquer um.

‘Pé na Cova’ é escrito por Miguel Falabella, tem direção geral de Cininha de Paula e direção de Cris D’Amato e Hsu Chien. O seriado será exibido às terças-feiras, após ‘Mister Brau’.

Figurino e Caracterização

Na quarta temporada de ‘Pé na Cova’, as mudanças comportamentais dos personagens serviram como elemento-base para as equipes de caracterização e figurino, mas sem deixar de lado a simplicidade e a alegria do subúrbio, presentes desde o início do seriado. Para marcar a transição de Odete Roitman (Luma Costa), de stripper para empresária da internet, a figurinista Sonia Soares apostou no uso de novas peças para a personagem. “Ela fica mais séria, as saias alongam e ela passa a se cobrir um pouco mais. Mas tivemos o cuidado de manter a sensualidade da Odete, que é um traço forte da personalidade dela. Por isso, apesar dos terninhos e dos vestidos mais compridos, ela continua usando roupas justas”, explica. “Os tons das peças continuam escuros, com o cinza, o marinho, o preto, o vinho e o off white que ela sempre usou”, completa ainda a figurinista. Já na maquiagem, as cores variaram. “Odete troca o visual carregado, com batons e sombras berrantes, por tons mais elegantes”, conta o caracterizador Luiz Ferreira.

Fazendo o caminho inverso, a personagem Abigail (Lorena Comparato) precisou de uma mudança no guarda-roupa para ocupar o lugar de Odete Roitman no pole dance. A maquiagem da nova stripper do Irajá passou a ser mais pesada, colorida e exuberante, assim como os seus cabelos, que ganharam comprimento. O figurino também precisou se renovar. “A Abigail segue o estilo anterior da Odete, mas tentamos manter uma distância. Ela abandona os shorts e passa a usar mais lingerie, mas copia a nova chefe como alguém com menos condição financeira”, explica Sonia.

Apesar de jamais abandonar as camisetas, shorts e chinelos, Ruço (Miguel Falabella) também aparece de forma diferente logo no primeiro episódio do seriado. Para o casamento do filho, Alessanderson (Daniel Torres), o líder da família Pereira tira o terno do armário e mostra uma versão mais elegante do personagem. “O Ruço tem esse único terno no guarda-roupa e vai ao casamento assim. Além disso, ele tem algumas camisas de manga curta, que usa com a calça do terno quando precisa estar mais arrumado. É interessante vê-lo de outra forma”, comenta a figurinista. A festa também revela versões ainda mais engraçadas da turma do Irajá. Se no dia a dia, Luz Divina (Eliana Rocha) já aparece com um visual excêntrico e engraçado, no evento isso se potencializa. Com uma maquiagem bem colorida, a personagem também capricha no look, com rendas, plumas e cor exuberante.

Outra novidade da temporada fica por conta dos chineses, que “invadem” o bairro. Para compor o look do grupo, a equipe de figurino partiu de uma pesquisa detalhada. “Fomos buscar o que a máfia chinesa usa. A partir disso, montamos os figurinos de todos de maneira semelhante: ternos escuros, camisas claras, gravata escuras e os óculos escuros, que eles também usam às vezes”, finaliza Sonia.

Cenografia e produção de arte

As principais novidades ficam por conta dos eventos que movimentam a trama, como o grande casamento de Alessanderson (Daniel Torres) e Luiziane (Laura Keller), no primeiro episódio. As equipes de cenografia e produção de arte trabalharam em conjunto para criar uma festa crível e visual. “Montamos um casamento bacana, com arranjos de flores, velas, vidros, bolo, bem-casados, docinhos, enfim, tudo que um bom casamento exige. Gravamos as cenas em estúdio e tivemos o cuidado de fazer tudo muito real. As louças usadas, por exemplo, foram verdadeiras”, explica a produtora de arte Marcia Rossi.

A antiga funerária de Abigail (Lorena Comparato) e Clécio (Magno Bandarz) também vira uma curiosidade à parte durante o seriado. “Nesta temporada, com a Santa Abigail falida, uma família de chineses se apropria do espaço e coloca uma funerária e uma pastelaria chinesa sob o mesmo teto. O cenário final é engraçadíssimo”, conta o cenógrafo Keller Veiga.

Na casa de Ruço, no antigo quarto de Odete Roitman (Luma Costa), agora ocupado por Abigail (Lorena Comparato) e Clécio (Magno Bandarz), as mudanças foram mais pontuais. “Eles continuam usando o quarto quase do mesmo jeito. As alterações foram pequenas, como retirar as perucas de Odete do local, porque a Abigail não usa”, diz Marcia. Já em momento posterior, quando eles se mudam com o pequeno Neymã para a casa de Juscelino (Alexandre Zachia), a transformação na cenografia fica mais evidente. Isso porque, além do quarto que ganham para a família, onde colocam um berço para a criança, Abigail conquista um cômodo exclusivo para se exibir na internet. “Não colocamos no espaço tantos adereços e fantasias como a Odete tinha na época de stripper. Brincamos mais com os panos e tecidos translúcidos para contrapor com as luzes. Para compor ainda mais, apostamos em uma cama redonda, no meio do quarto, o pole dance e uma televisão grande na parede, por onde é projetada a imagem dela para a web durante o exercício”, completa a produtora de arte.

Entrevista com a diretora geral Cininha de Paula e com o autor Miguel Falabella

Parceiros de longa data, Cininha e Miguel têm uma história de sucesso. Juntos, fizeram ‘Salsa e Merengue’, ‘Sai de Baixo’, ‘Toma Lá, Dá Cá’, ‘A Vida Alheia’, ‘Aquele Beijo’ e ‘Sexo e as Negas’. Além disso, também tiveram vários trabalhos em teatro, como “A Gaiola das Loucas” e o “O Que o Mordomo Viu”.

Miguel Falabella estreou na televisão como ator na novela ‘Sol de Verão’, de Manoel Carlos, em 1982. Como diretor, teve a sua primeira experiência em ‘Sassaricando’, de Silvio de Abreu, em 1987. Sua estreia como autor foi em 1996, quando escreveu ‘Salsa e Merengue’, em parceria com Maria Carmem Barbosa. Depois, vieram ‘Delegacia de Mulheres’, ‘A Lua Me Disse’ e ‘Toma Lá Dá Cá’. Em 2008, fez ‘Negócio da China’, primeira novela que escreveu sozinho, e, em 2012, fez ‘Aquele Beijo’. Mais recentemente, em 2014, foi a vez de ‘Sexo e As Negas’. Autor de ‘Pé na Cova’, ele também atua na série, onde fica clara a sua vocação para o humor.

Cininha de Paula

Pé na Cova é um grande sucesso de público. A que você credita essa identificação do telespectador ao seriado?

Eu acho que ele não fala exatamente da morte, fala dessa luta que o brasileiro tem por um pequeno espaço, qualquer que seja ele. De fazer o seu trabalho honesto, de ganhar dinheiro, de viver de maneira decente. Essa identificação acontece em todas as classes sociais e toca muito fundo. Tudo de uma forma bem humorada, alegórica, mas que fala de assuntos absolutamente pertinentes ao nosso dia a dia.

Existe um clima de amizade e uma sintonia muito grande do elenco. Como é dirigir uma equipe tão unida e talentosa?

Tenho comigo Miguel Falabella, Marília Pêra, Eliana Rocha, Alexandre Zachia e ainda Diogo Vilela. Todos esses e os  demais integrantes do elenco também são muito especiais, pessoas que foram praticamente crias minhas, que cresceram comigo, como é o caso do Daniel Torres. E outros que acompanhei o crescimento. A Luma, por exemplo, em três anos, casou, teve filho, tanta coisa aconteceu nesse tempo. Já a Lorena era uma garotinha quando a conheci. Então tem uma ligação afetiva deles comigo e, ao mesmo tempo, um respeito muito grande pelo nosso trabalho.

O que você considera o tema central de Pé na Cova?

Família e tudo que acontece com a família. Não uma família nos moldes da normalidade. Pai, mãe, filho, filha. Pé na Cova é um programa para a família, feito por uma família. Família feita por vizinhos, por vendedoras de cachorro-quente, chineses, agregados. É o subúrbio, é um pedaço do Brasil.

O que o público pode esperar da quarta temporada? Quais são as principais novidades da trama?

São tantas novidades. Primeiro, a gente já estreia com o casamento do Alessanderson com Luiziane. Ele se casa, claro, com os interesses políticos e todas as peculiaridades de uma união por conveniência. Essa vertente política, social, o Alessanderson e o deputado Sebonetti retratam muito bem.

Fora isso, temos Dr Zóltan, um veterinário, com tantas teorias genéticas! Ele resolve todos os problemas com suas transformações. Modifica o comportamento das pessoas de acordo com o interesse. Não é mais apenas uma modificação estética, é estrutural. Ele acha que ele pode construir o homem perfeito, que não sofre, que esquece, e continua vivendo feliz e contente, por exemplo.

Temos também a chegada dos chineses ao Irajá. Vamos falar agora chinês e português no seriado. Eles representam uma competição comercial. Tudo que o chinês bota a mão dá dinheiro. Eles chegam com a pastelaria, que também é uma funerária, e o Ruço fica desesperado. É uma concorrência quase que desleal. Principalmente quando todo mundo passa a gostar do pastel chinês, mesmo que dentro da funerária, e local passa a ser um point dentro do universo “Irajaense”.

Miguel Falabella

Pé na Cova é muito querido pelo público. Como você vê o carinho do telespectador pelo seriado?

A identificação do público vem, basicamente, por ser a comédia da tolerância. Em que todos são bem vindos, aceitos, e olhados na sua humanidade. Os personagens são bizarros, fora dos padrões, mas são gente. E o olhar que se lança sobre os personagens é um olhar de humanidade mesmo.

A série tem a morte como pano de fundo, mas fala mesmo do amor e da família. O que você considera o tema central de Pé na Cova?

É isso mesmo. Na verdade, o amor e a morte estão ligados desde a Grécia clássica. Embora seja um seriado popular é um programa com um texto muito peculiar e o público reconhece isso.

E como é a sintonia do elenco? De que forma isso influencia na trama?

Temos uma relação maravilhosa. É um elenco pra quem eu escrevi. Elaborei cada personagem pensando em cada ator. Então, é maravilhoso e está tudo certo, a embocadura é deles.

Quais são as principais novidades desta temporada?

Essa é a temporada mais fantasiosa, mais poética, mais engraçada, mais humana. Os personagens são bizarros, mas têm um traço de humanidade muito forte. Nessa temporada, a clínica do Dr. Zóltan ganha protagonismo. Ao mesmo tempo, é globalizado, tem os chineses, uma pastelaria que também enterra gente, enfim, é aquela mistura gostosa que o público conhece e se diverte.

About Dina Barile

Recebi o título de Doutora em Viajologia, depois de viajar por 140 países e pisar em todos os continentes. Recebi um troféu do Rank Brasil, pois sou a primeira e única mulher brasileira a ter estado na ESTRATOSFERA. Experimentei a Culinária de todos os países por onde passei. Expert nos temas Turismo, Gastronomia e Beleza, convido todos os leitores para um Passeio Turístico e Gastronômico por todos os Continentes.

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