Dina Barile conta como o foco na realização de objetivos faz com que ela, desde criança, não meça esforços para realizar seus sonhos — inclusive os que parecem impossíveis
Por Dina Barile
Dina Barile – voo em gravidade zero — Foto: Arquivo Pessoal
Meus pais também eram muito exigentes. Se eu tirasse 9.5, a pergunta que surgia era “Mas o que aconteceu, Dina?”. O resultado? Eu fazia de tudo para agradá-los; para ser a melhor no esporte, na escola… Eu queria até cantar, porque meu pai amava ópera, mas isso eu não consegui porque não tenho o dom. O máximo que fiz no campo da música foi aprender acordeão aos 10 anos.
Lembro que minha mãe costumava dizer “se algo não deu certo, é porque não tinha que ser”, e eu dizia “não! Se algo não deu certo, eu vou correr atrás para que dê” — e foi justamente esse pensamento, junto com toda a experiência que tive na infância, que me fez sempre lutar pelo que quero. Foi assim que me tornei a primeira e única mulher brasileira a pisar na estratosfera. E foi assim, por causa dessa filosofia pessoal, que consegui levar a tocha olímpica e conhecer todos os continentes.
A entrada no RankBrasil e a condução da tocha olímpica
Foi minha ida para a Estratosfera que me fez entrar, em 2019, no RankBrasil — entidade que homologa recordes brasileiros com reconhecimento nacional e internacional. A vontade surgiu depois de assistir a uma palestra do Marcos Pontes, que tem uma agência de Turismo de Aventuras. Quando entrei em contato com o sócio dele para organizar tudo e ele me informou as datas que tinha conseguido, coincidia com uma viagem que eu faria com um namorado meu. Eu nunca deixei de fazer nada por causa de relacionamento — mesmo quando algum deles me dava o ultimato de “é a viagem ou eu?” —, mas, como já tínhamos programado tudo, cheguei a pensar que não seria o ideal desmarcar.
Dina Barile – RankBrasil — Foto: Arquivo Pessoal
Já a tocha olímpica, que conduzi nos jogos olímpicos do Rio em 2016, foi a prova de que realmente luto para tirar meus sonhos do papel. Como eu tinha trabalhado como voluntária na Copa do Mundo de 2014, participei da seleção feita pelo Comitê Olímpico Brasileiro entre os 50 mil voluntários escolhidos para os Jogos. Para concorrer, cada um tinha que enviar um vídeo falando sobre suas motivações e pedindo o voto para ser o representante do estado.
Como celebridades e esportistas famosos também estavam participando, eu precisei ir atrás e investir pesado! Contratei uma amiga para fazer o vídeo e mandei um e-mail automático pedindo para os meus contatos assistirem e darem um voto. Bom, consegui, e representei São Paulo naqueles 200 metros de percurso. Apaixonada por esportes desde sempre, posso dizer que foi mais um sonho realizado.
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Dina Barile – Curação — Foto: Arquivo Pessoal
Difícil escolher uma experiência favorita, mas eu amei os extremos. Sou apaixonada pela Antártida e todos aqueles pinguins que conheci nos cruzeiros de exploração; também gostei muito da Namíbia, na África, que é onde tem as maiores dunas do mundo. Madagascar, com a fauna e a flora bem característicos, também me marcou demais. E a Islândia… É uma experiência! Por lá, em pleno verão, você consegue ver as geleiras, e também tem o fato de preservarem bastante a identidade.
Dina Barile – Madagascar — Foto: Arquivo Pessoal
Além de preferir viajar para esses lugares diferentes, também gosto de pegar indicações com os moradores locais sobre onde visitar em vez de ir nos lugares eleitos pelos turistas. Acho que isso vem muito do hábito que tenho dos tempos em que não tinha internet e precisava pesquisar sobre os lugares, pegando informações nos jornais, em vez de seguir um roteiro pronto.
Dina Barile – Namíbia — Foto: Arquivo Pessoal
*Em depoimento à Nívia Passos
Matéria originalmente publicada no site da Revista Glamour:
https://glamour.globo.com/lifestyle/noticia/2022/05/eu-sempre-lutei-pelo-que-quero-foi-assim-que-me-tornei-a-primeira-mulher-brasileira-a-pisar-na-estratosfera.ghtml